Uma preocupação comum ao procurar um terreno para construir é a localização ou o tamanho da área, tendo em vista como vai ficar o imóvel depois de pronto. Mas há outros fatores importantes nessa escolha, começando pela própria dificuldade técnica da obra. Confira algumas dicas elaboradas com a ajuda da arquiteta Cindy Maia sobre o que levar em conta nessa hora!
Características do local
A localização, de fato, pesa bastante, mas isso também vale para a etapa de construção. Como explica Cindy, é preciso considerar a facilidade de acesso de caminhões, algo necessário em qualquer obra – e quanto mais difícil ele for, maiores são os custos. Outra questão é a declividade da área. De acordo com a profissional, com um bom projeto, mesmo os terrenos inclinados podem ser bem aproveitados, mas esse tipo de construção também pode envolver mais custos, relacionados a cortes, aterros e à própria fundação. Também é fundamental observar a posição do terreno em relação ao sol e verificar se há prédios ou outras estruturas nas proximidades que façam sombra no local, pois isso vai determinar o nível de insolação dos cômodos do imóvel.
Normas e documentação
Nesse quesito, o primeiro passo é consultar os parâmetros construtivos do terreno, que constam em um documento chamado “guia amarela”. Ela determina todas as regras e permissões de uso da área, o que pode influenciar no tamanho máximo da construção. “Digamos que você esteja de olho em um terreno que mede 10×15 m e que sua ideia é construir um triplex de 200 m². Ele pode parecer perfeito, mas depois você descobre que precisa de um recuo de 5 m na frente e mais 2,5 m em cada lateral, que só pode construir dois pavimentos e que a área máxima de construção é de 150 m². Aquela sua ideia já pode ser descartada ou é melhor procurar outro local”, esclarece Cindy.
Além de consultar a guia, é importante conferir também o registro de imóveis junto ao cartório, observando se a pessoa que está vendendo o terreno é de fato a dona, e verificar se sua documentação está regular na Prefeitura, sem dívidas ou pendências jurídicas. Caso haja árvores e corpos d’água no espaço, é preciso verificar, ainda, as restrições dadas pela legislação ambiental, que também podem limitar os espaços liberados para construção. “Por último, verifique se há alguém morando no terreno. Caso ele seja alvo de usucapião por algum morador, mesmo que você o compre, o cidadão ainda tem direito a ele”, ressalta Cindy.
De todo modo, vale contar com o auxílio de um arquiteto nesse processo. “Ele estudou para saber todos os parâmetros e pode ajudar, não somente com o projeto, mas também com a escolha do terreno ideal para atender a todas as suas necessidades e fazer um estudo de viabilidade técnica”, recomenda a profissional.