Para o segundo semestre de 2018, a expectativa do comércio de materiais de construção é bem favorável e prevê um crescimento de 8,5% sobre o faturamento de 2017, que foi de R$ 114,5 bilhões. Comparado a 2016, o ano de 2017 já foi positivo, e o crescimento foi gradual neste último ano. Porém, grandes obras de infraestrutura e o mercado de imóveis devem demorar a apresentar resultados mais expressivos. O crescimento nestes segmentos é esperado mais para 2019.
Neste ano, a retomada do crescimento no comércio de materiais de construção começa pelo setor residencial, em reformas e pequenas obras. No entanto, o setor de materiais de construção produz uma enorme variedade de itens, de aços longos a cimento, concreto e fibrocimento, material elétrico, plástico, metais sanitários e válvulas, produtos cerâmicos, tintas e vernizes, vidro e produtos de vidro, além de maquinários. Os insumos que mais estão comprometendo os resultados neste ano são o cimento e os vergalhões, itens demandados pelas construtoras para a construção de edifícios e obras de infraestrutura. Por outro lado, as previsões da área de cimento para o segundo semestre de 2018 são positivas, com a expectativa de vendas superiores em 1,5% às de 2017.
Ainda sobre as categorias de produtos, segundo estudo da Anamaco (Associação Nacional de Materiais de Construção), a de tintas é a que apresenta melhor desempenho em 2018. Em segundo, vem a de revestimentos cerâmicos, seguida de telhas de fibrocimento.
Em relação ao consumidor, espera-se que em 2018 a classe C invista mais em reparos residenciais e impulsionar o crescimento do setor. Quanto aos lojistas, 12% pretendem realizar investimentos nos próximos seis meses e 15% pretendem contratar novos funcionários.
Incentivos devem aquecer reformas e pequenas obras.
Crises e incertezas à parte, algumas medidas governamentais apontam para o crescimento do comércio de materiais de construção para o segundo semestre de 2018 e todo o ano de 2019. A Caixa Econômica Federal reativou a linha de crédito pró-cotista, que possibilita utilizar o recurso do FGTS. Além disso, elevou para 70% a cota de financiamento para imóveis usados, o que aumenta a demanda de reformas residenciais. O programa habitacional Minha Casa Minha Vida também pode impulsionar o setor e estimular o comércio de materiais, além de gerar empregos na área. Outro fator que motiva o mercado é o Cartão Reforma, lançado pelo Ministério do Trabalho. Trata-se de um subsídio liberado para reformas, que também vai aumentar consideravelmente o faturamento dos lojistas. Portanto, mesmo num ano eleitoral, marcado de incertezas e reduções de gastos, podemos prever um mercado otimista para o comércio de materiais de construção. Com o lojista fazendo a sua parte, que é realizar uma administração correta e esforços assertivos de venda e pós-venda, este mercado continuará aquecido e com perspectivas de crescimento. Afinal, um bom atendimento e uma loja bem abastecida atrai consumidores e supera qualquer instabilidade.