Para garantir o correto funcionamento e a durabilidade do sistema hidráulico do imóvel, não basta investir em materiais de qualidade e cuidar da instalação: se o projeto hidráulico não for bem feito, tudo pode ir, de fato, por água abaixo. Por isso, é importante dar a devida atenção a essa etapa.
Como explica o engenheiro civil Fernando Wollertt de França, um bom projeto é aquele que combina desempenho, economia e sustentabilidade. “Desempenho porque o sistema deve cumprir os requisitos propostos da melhor forma possível, sem afetar outras questões de quem vai usufruir – um exemplo disso é o barulho que pode acontecer em tubulações mal projetadas. Economia porque se deve buscar minimizar custos, mas também pensar em longo prazo: algumas soluções podem ter um valor de implantação maior, porém, geram economia ao longo dos anos. E, por último, sustentabilidade, buscando minimizar os impactos da construção civil”, descreve.
De acordo com o profissional, o projeto hidráulico deve conter todas as informações necessárias para quem vai construir, mesmo que não seja um especialista. Nele devem constar os detalhes de todos os subsistemas que compõem a parte hidráulica do imóvel, como as tubulações de água fria, água quente, esgoto, água pluvial e reuso de água. O padrão básico é o seguinte: plantas baixas, detalhes de esgoto, isométricos de água, esquemas verticais de água e esgoto e detalhes específicos.
“Outro fator importante, e muitas vezes esquecido, é que o bom projeto pensa no sistema como um todo, enxergando que ele precisa ter um desempenho de vida útil de 20, 30 anos”, esclarece Fernando.
Quando as questões de uso e manutenção não são levadas em conta, podem aparecer problemas – e, consequentemente, custos – no futuro. Além disso, a falta de um projeto adequado pode levar a gastos desnecessários já na construção, com o superdimensionamento de tubulações, por exemplo.
De todo modo, a recomendação é procurar uma empresa capacitada para fazer o projeto hidráulico, com experiência no tipo de construção a que ele se destina. “Também é função do engenheiro dar subsídios e sugestões do que há de melhor no mercado para resolver os problemas do cliente”, ressalta Fernando. Mas o cliente também pode – e deve – participar de perto, sobretudo no começo. Com isso, é possível garantir que todas as suas necessidades sejam contempladas.